HISTÓRIA DO MUNICÍPIO DE BOM JESUS DAS SELVAS/MA

HISTÓRIA DO MUNICÍPIO DE BOM JESUS DAS SELVAS/MA

A história do município inicia-se, no período em que as terras maranhenses eram exploradas principalmente por migrantes de outros estados brasileiros. Tais migrações enfrentavam momentos difíceis ocasionados pelas lutas da conquista de terras, estendendo-se até nossa região porque não existiam estradas e o acesso era precário para garantir a sobrevivência das famílias que apesar do mau passadio iam se agregando em pequenos grupos.

Quando em 1965, iniciou-se a construção da BR 222, ligando São Luis ao sul do maranhão através dos serviços de engenharia da firma empreiteira Construtora Mendes Junior. Foi construído um acampamento distante do município de Açailandia, 100 km, o qual servia de abrigo para os trabalhadores da construtora, ficando conhecido o local do abrigo por km 100.

Com a economia do país em crise, os serviços da firma foram atingidos provocando a paralisação da obra, porém, os trabalhadores permaneceram nos alojamentos, passando a construir vários casebres, iniciando assim, o processo de colonização desordenado cujos habitantes para sobreviverem à margem da BR iniciaram um serviço de plantação que ajudaram na alimentação diária.

No início dos anos 70, houve a retomada da construção da rodovia BR 222, com o crescimento desordenado do local escolhido para o acampamento, e com o início do programa do Governo Federal “Reforma Agrária” este, ordenou o funcionamento no local já conhecido como km 100.

O órgão GETAT vinculado diretamente à presidência da República com o objetivo de orientar as famílias já assentadas resolveu realizar a legalização da posse e uso da terra mantendo dessa forma, a ordem social evitando assim conflitos de terras já existentes na Região.

POVOAMENTO DO MUNICÍPIO

Para colonização do povoado km 100, cuja área possuía grande mata nativa da pré-Amazônia vieram famílias do Norte, do Nordeste e do próprio estado, Como nos conta o relato oral (NECO- 2008) que em 16 de julho de 1970 vieram no transporte pau de arara até o Córrego Novo, de lá para cá, vieram a pé, como linha de frente para conhecer o lugar. Nesse tempo vieram Sr. Pedro Mariano (irmão de Sr. Neco ), Zé da Beca (filho de Sr. Pedro Mariano )e Raimundo Soares( filho de Sr. Neco ).

Ao chegarem aqui, instalaram-se (armaram suas redes) embaixo de um pé de copaíba (onde hoje é a igreja matriz).Permaneceram nas instalações até concluírem o plantio de suas roças e quando foi para a colheita em março de 1971 como afirma Sr. Neco, é que vieram o Sr. Antonio Lopes Bonfim (pai da professora Ducarmo e do Ismael que vende peixes), Zé Luzia (marido de Dona Nonata Legionária) Nonato Silva ( cunhado de dona Nonato, marido de dona Josefa) e o Sr. Beneditão (pai da esposa do Osias preto – da Lourdes), todos vieram para colheita. Gostaram das terras e trouxeram suas familiais, que instalaram suas moradias no 90 (distancia de 10 km para o então km 100) De modo, que esse grupo de pessoas foram os primeiros há fixar moradia nessas terras hoje bonjesuenses tendo com frentante a pessoa de Sr. Manoel dos Santos Gonçalves (Neco).Do qual todo o território (95 alqueires) nessa região da sede bonjesuense lhe pertencia,segundo divisão do estado.Os demais tinham também sua extensão territorial de acordo distribuição nas terras vizinhas( no km 88, no 90...)


A partir de então, vieram povoar a região várias famílias com a proposta de trabalhar e adquiri terras para seus sustentos (NECO-2008)

Em 1974, surgiu a Avenida 07 de setembro, primeira rua povoada neste município a qual era constituída por 40 (quarenta) barracos cobertos com palhas. Onde também se concentravam as casas comerciais. Até então, surgiram-se as primeiras manifestações do comércio regional e de acordo crescimentos, deu-se origem aos seguintes avanços:

ü A primeira farmácia propriedade do Sr. Abdias da Silva Santos;

ü O pequeno comercio pertencente aos senhores; Antonio Vieira (conhecido como Antonio pé de curica), Antonio Bonfim Filho pai do Ismael que vende peixes, como também da professora Ducarmo), Manoel Gonçalves dos Santos ( Neco), Geraldo Bonfim;

ü A primeira escola com a professora Maria Rodrigues (vinda de Açailândia - que ficou no povoado um período de 03 anos);

ü A primeira Capela – cujos Sacerdotes vinham do município de Santa Luzia

do Tide – uma vez por mês.(Pe. Afonso, Pe. Dário – de origem italiana)

É válido lembrar que em 1977 no período de colonização, aconteceram diversos conflitos por grileiros e poceiros sobre as evasões das grandes áreas das terras e as pequenas colonizações. Convém enfatizar ainda, fatos marcantes dessa época como a morte dos oficiais da polícia federal pelos poceiros. Sendo que no dia posterior à morte dos referidos oficiais aconteceu o despejo dos moradores com suas famílias de seus lares para o meio da rua, onde todos sofreram momentos de flagelação por um período lastimável de oito e longas horas pela polícia militar de Pindaré Mirim respondendo pela morte dos oficiais como forma de vingança dos grileiros das terras. Desse momento catastrófico muitas famílias foram embora, temendo outro momento de conflito. (Depoimento de uma das vítimas, Profª Adelaide Holanda de Oliveira – 2008).

A partir de 1981 com a chegada da GETAT (Grupo Executivo das Terras Agrárias – Tocantins e Araguaia) o qual procedeu com loteamentos para famílias carentes sendo coordenado pelo Engenheiro Agrônomo Luis Sabry Azar que buscava solucionar as situações conflitantes no povoado e aos poucos se tornou um órgão organizado e necessário para o desenvolvimento do povoado.

ORIGEM DO PRIMEIRO NOME - KM 100

Ao passar dos anos, o lugar ficou conhecido como km. 100 nome originado devido a distância até Açailândia, local onde se encontrava a conhecida Rodovia Belém Brasília que na ocasião o órgão responsável deu início a construção da BR 222, dando acesso ao pequeno vilarejo (km 100) a outros municípios que na época pertenciam ao município de Santa Luzia do Tide.

No período da construção da estrada que mais tarde se tornou BR, muitos dos trabalhadores foram atacados por onças com também com freqüências as criações bovinas dando aos fazendeiros grandes prejuízos com também ameaças às suas famílias, desse momento vivenciado na gênese do município fomentando para os dias atuais a manifestação cultural do boi-onça desde o ano de 2001.

KM 100 PASSA A SER CHAMADO DE BOM JESUS DAS SELVAS

Para a escolha do segundo nome, ocorreram várias articulações, de forma que foi eleito pela maioria o nome de Bom Jesus das Selvas oficializando o nome que de acordo depoimento (MANOEL GONÇALVES – NECO 2008) vem juntamente com a realização da primeira missa ocorrida no povoado em 14 de novembro de 1974 celebrada pelos Padres Mário e Afonso de origem italiana pertencentes a paróquia de santa Luzia. Segundo seu Neco a missa foi realizada numa latada na frente de sua residência, feita especialmente para realização da 1ª missa, nesse dia foram realizados muitos batizados.

Já em 14 de janeiro do ano seguinte a missa da comunidade já foi realizada numa capela feita no mesmo local que hoje é a Igreja Matriz, tendo como frente o próprio seu Neco com os demais membros da localidade.

O Sr. Neco afirma que as primeiras idéias para que km 100 passasse a ser conhecido de Bom Jesus das Selvas, surge graças a uma viagem que sua esposa (Rosa) fez a São Paulo trazendo consigo a imagem de Bom Jesus para colocar na capela. Quando em setembro de 1975, veio celebrar a missa o Pe. Ivo Ritle que ficou um pouco com eles e no momento do jantar ele começou a perguntar o porque do nome “Cem” para aquele lugar? Explicaram que era devido a distancia para Açailandia. E o Pe. Perguntou ao Sr. Neco qual o nome do padroeiro do lugar? E ele disse: o Padroeiro daqui é Bom Jesus. E o Pe.pergunta se a comunidade aceitaria colocar o nome da comunidade como o nome do Santo.Sr. Neco pede que ele fale sobre isto na missa que com certeza o povo concordaria.E assim foi. Quanto o termo “das Selvas” o próprio Padre sugeriu por a região naquela época ser cercada de muitas matas.

No momento da missa falou sobre a imagem, sensibilizando as pessoas para que seus estímulos de fé fossem despertados. De tal modo que com a construção da paróquia local foi nomeada pelo nome do Santo (Bom Jesus da Divina Misericórdia).

Para tanto, o nome eleito representava e representa marcas de nossa história, crenças e valores de nossa gente.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

HINO MUNICIPAL
Autor Compositor e Música: Daniel dos Santos Pinto                      

                  I

Meu Bom Jesus dos humildes
Dos populares e ricos também
De grandes renomes de homens
Sem nome feitores do bem.

Cidade de agricultores,
Pedreiros e  muito mais, 
Que semeiam e colhem
Que criam e constroem
Fazendo a paz.
  
                
             CORO

Salve, salve Bom Jesus das Selvas.
Cidade que Deus abençoou
Teu Vermelho não é guerra
Mas sinal de muito amor
Salve, salve selvas vivas.
Resplandece como a luz
Teu branco é sinal de pureza
Cidade de meu Bom Jesus            



             II
Cidade de todos querida 
Filha de nosso Senhor 
Embora não sejas tão rica  
Pra nós imenso valor.

Cidade por Deus protegida 
Cercada de amor e de luz 
Formosa e bela menina 
É a cidade de Bom Jesus.
             III

O verde das matas é belo 
Mais belo é o vermelho do amor
O roxo das lutas travadas  
Em branco de paz se tornou.

De glória em glória caminha
O Povo de Bom Jesus
São tantas Conquistas
São belos os frutos
Riquezas que a terra produz